segunda-feira, 7 de março de 2011

Noite de Espiritualidade com nossos Catequistas ao redor de Jesus Sacramentado

CATEQUISTA: PESSOA

Noite de Espiritualidade com nossos Catequistas ao redor de Jesus Sacramentado

O ser do catequista: seu rosto humano

Antes de ser cristão, o catequista é pessoa humana, que vive a cada dia tentando responder uma intrigante pergunta existencial: "Quem sou eu?". Esta ânsia por descobrir a essência de nós mesmos faz parte da condição humana. Somos pessoas humanas. Somos a plenitude da vida, somos a plenitude da criação que saiu das engenhosas mãos do Divino Arquiteto do universo. Somos criaturas amadas por Deus, merecemos o respeito incondicional e a estima das outras pessoas e de nós mesmos. O catequista tem um rosto humano que lhe é peculiar. Cada um é um ser único, indispensável, singular. Isso faz a diferença na criação. Antes de ser um ministro na vida da comunidade cristã, o catequista necessita desenvolver plenamente a vocação primeira a que foi chamado: ser gente feliz. E esta é uma obra à qual deve se dedicar toda a vida. Um catequista mal resolvido dificilmente ajudará seus catequizandos a crescer na maturidade da fé. Como reza o princípio: "a graça supõe a natureza".

O catequista só se realiza se estiver bem consigo mesmo, com os outros e com Deus. Alguns aspectos são essenciais à vida humana: a vida familiar, profissional, social e sua caminhada de fé.

Vale ressaltar algumas qualidades indispensáveis ao catequista:

a) Ter amor à vida: Parece algo muito simples e óbvio, mas é uma característica marcante para o catequista. Ainda que encontre obstáculos na caminhada, o catequista deve vislumbrar a vida com otimismo e alegria: ver o mundo com os "olhos de Deus". Quem não é capaz de vibrar com sua existência, com seu corpo e suas mais diversas dimensões como a espiritualidade, afetividade, a inteligência, as aptidões que possui, não verá beleza em nada. Estragará a sua vida ao pessimismo, ao desânimo, aos medos e às inseguranças, contagiando negativamente os que o cercam.

b) Cultivar uma espiritualidade cristã: o catequista é alguém que deixa o Espírito habitar em sua vida. Ter espiritualidade significa estar sempre aberto à ação do Espírito que age em nós. Contudo não se pode confundir espiritualidade com momentos de oração. Isso seria restringir a espiritualidade. A oração é o respiro do coração, mas a espiritualidade abraça a vida toda, em todas as suas dimensões. O catequista deve ter espiritualidade cristã no sentido de deixar o mesmo Espírito que guiou Jesus, também orientar e moldar a sua vida. Sua espiritualidade deve ser alimentada também pela Palavra de Deus, centro de tua a sua ação catequética.

c) Saber relacionar-se: O catequista também é um ministro do relacionamento humano, seu ministério deve ser ponto de abertura, encontro e convivência com os demais. Deus não nos fez solitários, mas solidários, isto significa que ninguém dá conta de ser feliz sozinho, isolado e fechado em si mesmo. O modo como o catequista se relaciona com os outros pode evangelizar ou até afastar as pessoas do caminho da fé. Há pessoas que não percebem que o egoísmo, o orgulho, a vaidade e o autoritarismo acabam afastá-los dos outros, tornando sua vida amarga e pesada demais. Catequista é alguém que prima pela convivência fraterna. É alguém que se sente bem em conviver em grupo, fazendo da comunidade, a sua segunda casa.

d) Um servidor integrado à comunidade: a catequese é um ministério eclesial, por isso, o catequista foi chamado por Deus para servir uma comunidade. Seu ministério não é poder ou status na comunidade, mas serviço à todos. O Catequista que não vive em comunhão com a comunidade e com espírito de serviço trai a sua vocação.

e) Equilíbrio Psicológico: Isso é fundamental para a vivência do ministério catequético. Problemas todos têm, no entanto, é preciso saber lidar com eles de modo maduro, sem deixar que eles nos roubem a paz e causem danos às outras pessoas. Lutar contra as carências, equilibrar as emoções, ter "jogo de cintura" para lidar com situações delicadas é necessário.

f) Espírito de Liderança: Ninguém nasce catequista, mas aprende-se a ser catequista por meio do esforço pessoal, da formação que lhe é oferecida e pela conscientização do seu papel enquanto líder de um pequeno grupo. Catequista sem espírito de liderança corre o risco de não dar conta de seus compromissos. Ser líder não quer dizer fazer tudo, ou impor sua vontade sobre os demais. Liderar implica ter iniciativas, discernimento, saber encaminhar as atividades com bom senso, acompanhando o ritmo de cada um. Um bom líder dialoga, ouve, trabalha em equipe e nunca toma decisões sozinho. Ceder, às vezes, é necessário e bastante fecundo, quando em vista de um bem maior e de um bem comum.

g) Coração de discípulo: o catequista necessita ter sempre um coração dócil e disponível para buscar a formação permanente. Deve ter olhos críticos diante dos acontecimentos e fatos do dia-a-dia, mas um coração de discípulo para buscar sempre ouvir a voz do Mestre. Sem a formação contínua, o catequista se perde no caminho, deixando de lado as exigências inerentes ao discipulado. O discípulo deve se assemelhar aos discípulos de Emaús, que tinham um coração ardente e desejoso de ouvir a explicação das Escrituras, relendo a vida a partir da Escritura.

Quais outras qualidades são indispensáveis para ser catequista hoje?

Olhando para os evangelhos, quais atitudes presentes em Jesus são necessárias ao catequista?

E importante lembrar-se que o próprio Jesus Encarnou-se humanizou-se para resgatar a nossa natureza humana decaída.Para que nossa humanidade resgatada e justificada possa em nossa missão de catequista aprender do mestre Jesus e ajudar no resgate da natureza humana de nossos catequizandos. Somos assim convocados para primeiramente como discípulos aos pés do Mestre aprender do Mestre Jesus como Ele assim foi catequizando seus discípulos para depois enviá-los a serem apóstolos. Ouvido de discípulos que escuta o Senhor para como ele que escutou os queixumes da humanidade podermos escutar nossos catequizandos.


Pe.Emílio Carlos Mancini+
J
A
M
Tibi Semper Congitavi
EU SEMPRE PENSEI EM TI!

Mensagem ao nosso pároco pelos 23 anos de vida sacerdotal


Mensagem


Padre Emílio;


Uma das grandes bênçãos da vida é a experiência em que os anos vividos concedem.


Aniversariar é uma mostra das oportunidades que temos de aprender a contar os nossos dias.


Hoje, mais uma janela se abre diante dos teus olhos, mais um espinho foi retirado da flor, restando somente a beleza de tão bela data.

Os sintomas da felicidade se traduzem no otimismo, na Fé, na Esperança, no empenho por se ser melhor a cada dia.


Continue firme pelos caminhos da virilidade e das verdades.


Continue trilhando pelos vales da vida, pois um dia encontrarás o mais belo jardim, o jardim que representará a realização dos seus maiores sonhos.


Parabéns!!!


Padre Emílio... Pelos seus 23 anos de vida sacerdotal...


É o que nós catequistas, desejamos ao senhor!


E nós agradecemos por nos dar a oportunidade de fazer parte destes 23 anos de vida sacerdotal. Obrigado!!!


Pastoral da Catequese

Paróquia Divino Espírito Santo - Matão/SP


Bate-bola


Bate-bola


Lema Sacerdotal: “A exemplo do fiat jubiloso de Maria, proclamar em toda parte sem demora, a boa nova Jesus.” (cf. Lc 1, 36-68)


Nome: Pe. Emilio Carlos Mancini

Data de Nasc.: 01/04/1961

Data de Ordenação: 20/12/1987

Tempo de Seminário: 8 anos

Música: “Com tua mão” – Suely Façanha Com. Shalom – “pois não me atrevo a um passo só, sem tem amparo, sem teu apoio... eu não andarei, eu só iria fraquejar, eu andaria a vacilar, sem tua mão a me sustentar...” Entre outras como: “Passarinho”, “Chama Viva”, - Kelly Patrícia

Frase: “Quem não vive para servir, não serve para viver.”

Comida: Arroz árabe

Cor: marron (do pó nasci, ao pó voltarei)

Lugar: o Altar

Santo: São João da Cruz e Santa Teresa D’ávila

Time: Esporte Clube Corinthians Paulista

Flor: cravo

Animal: Tigre

Qualidade admirada: Humildade

Defeito: Inconstância

Sonho: Que o mundo proclame “Deus, Somente Deus!”

Realização: Minha vocação

Um irmão: Pe. Lino Zagarella Cerenzia – Doutrinário

Uma irmã: Ir. Maria Inês – Dominicana

Passagem Bíblica: “Vigiai, pois não sabeis a hora em que virá o Senhor...” (Mt 24, 42)

Pessoa de referência: Papa João Paulo II e Vô Eudes

Agrado: Trufas – chocolate nunca é demais...

Desagrado: Ser ignorado, detesto...

Medo: Perder minha vocação

Dor: Não poder estar com todos os que amam ao mesmo tempo. Quando a Alpha e ômega era em 14 no início, eu podia, mas hoje como cresceu muito não dá. E também perder um filho(a) no caminho da nossa vocação Alpha e ômega

Alegria: Ver meus filhos realizados na vocação

Saudade: de Deus do céu

O Papa: Modelo e exemplo de vida entregue ao Reino de Deus.

Sobre a manifestação divina na sua vida: abismo sem fundo de misericórdia – Seu amor me constrange

Eucaristia: Fonte de Vida – “Deus seja a única fonte do meu viver”

Filme: O pequeno Milagre

Livro: O irmão de Assis

Livro da Bíblia: “Cântico dos Cânticos”

Desejo: Ser a cada dia o padre que Deus quer e que o povo precisa

Mensagem para os jovens: “Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo, lembre-se vencestes o maligno.”

Mensagem para os sacerdotes: “Fidelidade ao chamado! Portanto vivamos aos pés do Adorado e Absoluto, fazendo assim o Primado do Absoluto em nossa vida.”

Mensagem para a Igreja: “Não se esquecem o que já disse um dia Tertuliano: ‘Sangue dos mártires, sementes de novos cristãos!


Fonte: Comunidade Alpha e Ômega

A TERNURA DE DEUS EM MEU SACERDÓCIO


20/12/1987 - 20/12/2010

23 anos


Há 23 anos, na manhã do domingo do Fiat Mariano do Advento, dia 20 de dezembro de 1987, por imposição das mãos de meu amado Bispo Dom José Alves da Costa doutrinário, fui ordenado Sacerdote para Sempre!

Muitos erros e acertos, mas nunca me omiti em buscar a verdade e de viver o coração misericordioso de Jesus, não sei se posso dizer que grandes experiências de vida e profunda gratidão a cada dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do Bispo ordenante.

Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 23 anos?

Pela vida de quantas pessoas passei eu?

Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre!

Escolhi como lema sacerdotal as palavras de Maria: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”.( Lc 1,38; Ecce ancilla Domine. Fiat mihi secundum verbum tuum).

Umas das mais belas frases vindas da boca de nossa senhora que mostram lealdade, obediência e amor a Deus, sem temer perigo e nem ruína.

Já que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.

Assim diante desta palavra de Deus escolhi como rehma de vida: “A exemplo do Fiat Jubiloso e responsável de Maria proclamar em toda parte sem demora a Boa nova: Jesus”

E como disse no dia de minha ordenação: Ser o sacerdote que Deus - Pai quer e de que o povo necessita!”

Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Misericórdia e da Ternura de Deus!

Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria, sempre me acompanhou o esforço pessoal para ser um sacerdote bom e misericordioso.

Como ele, O Sacerdote por excelência o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da Eucaristia.

Claro depois o da reconciliação, como é bom ser dispensador do perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba.

Tenho sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Igreja, Pão dos Pobres, que é para mim, o lugar ideal para a santificação de meu sacerdócio, colaborando na santificação dos irmãos!

Como coroinha na Igreja de santa Cruz ainda uma capelinha, ou brincando de Missa com os primos e vizinhos, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava, agradeço os padres que me mostram o caminho da beleza de uma vocação de modo particular o nosso monsenhor Amador Romão.

Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém.

Mas sempre fiz minhas travessuras e, mais pedia perdão do que precisava perdoar.

Daí meu desejo de coração sempre ser a bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de Deus, que promove a justiça e amar as pessoas com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha fidelidade sacerdotal.

E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor, como minha mais sublime e profunda gratidão!

Pois a VOCAÇÃO é em cada um de nós o ponto central da nossa vida. Tudo ou quase tudo depende de conhecermos e cumprirmos aquilo que Deus nos pede.
Seguir e amar a vocação a que Deus nos chamou é a coisa mais importante e mais alegre da vida. Tornar-nos realizados e realizar o plano amoroso de Deus nos faz felizes, não nos frustramos .

Mas, apesar de a vocação ser a chave que abre as portas da felicidade verdadeira, há os que não querem conhecê-la; preferem fazer a sua própria vontade ao invés da Vontade de Deus; preferem ficar numa ignorância culposa, ao invés de procurarem com toda a sinceridade o caminho em que serão felizes, em que alcançarão com segurança o Céu e farão felizes muitas outras pessoas.

Hoje como ontem, o Senhor dirige chamadas particulares a alguns homens e mulheres. Necessita deles. Além disso, chama-nos a todos com uma vocação santa, a fim de que o sigamos numa vida nova cujo segredo só Ele possui: Se alguém quiser vir após mim...8 Todos recebemos pelo batismo uma vocação que nos convida a procurar a Deus em plenitude de amor. “Porque a vida comum e normal, aquela que vivemos entre os demais concidadãos, nossos iguais, não é nenhuma coisa sem altura e sem relevo”.

É precisamente nessas circunstâncias que o Senhor quer que a imensa maioria dos seus filhos se santifique.

“É necessário repetir muitas e muitas vezes que Jesus não se dirigiu a um grupo de privilegiados, mas veio revelar-nos o amor universal de Deus. Todos os homens são amados por Deus, de todos espera amor. De todos.
Sejam quais forem as suas condições pessoais, a sua posição social, a sua profissão ou ofício. A vida comum e vulgar não é coisa de pouco valor; todos os caminhos da terra podem ser ocasião de um encontro com Cristo, que nos chama à identificação com Ele para realizarmos – no lugar onde estivermos – a sua missão divina.

“Deus chama-nos através das vicissitudes da vida diária, no sofrimento e na alegria das pessoas com quem convivemos nas aspirações humanas dos nossos companheiros, nos pequenos acontecimentos da vida familiar.

Chama-nos também através dos grandes problemas, conflitos e Deus sabe de onde me chamou , de um lar conturbado, para poder entender as dores de famílias que trazem os mesmos problemas pelos quais passei e tarefas que definem cada época histórica e que atraem o esforço e os ideais de grande parte da humanidade”.

A chamada do Senhor a uma maior doação de nós mesmos pede-nos uma resposta urgente, entre outras razões porque a messe é muita e os operários poucos. E há messes que se perdem cada dia por não haver quem as recolha.

“Faça-se em mim segundo a tua palavra, diz a Virgem Maria” ao Anjo. E contemplamo-la radiante de alegria.

Pois ela esteve aberta “a aceitar as surpresas que transtornam nossos planos derrubam nossos sonhos dão rumo totalmente diverso aos nossos dias, e quem, sabe, à nossa vida. Não há acaso...há Providência.

É necessário darmos liberdade ao Pai para que ele mesmo conduza a trama dos nossos dias. Ele é Pai Ele é bom e bom é tudo o que ele faz.

Quero expeliar-me a cada dia em Maria perante A VONTADE DE DEUS, ela teve uma só resposta: amá-la. Ao proclamar-se escrava do Senhor, aceita os desígnios divinos sem limitação alguma. Ainda que eu tenha tantas limitações e me encontre tão distante do Senhor pelas minhas fraquezas.

Assim enquanto, prosseguimos a nossa jornada creio que sempre deveremos perguntar-nos: Procuro a Deus no meu chamado, vocação, missão, trabalho ou no meu estudo, na minha família, na rua... em tudo?
Não quererá o Senhor alguma coisa mais de mim?

À imitação de Nossa Senhora, não queiramos ter outra vontade e outros planos a não ser os de Deus.


Por isso quero repetir a Oração que fiz e foi distribuída como lembrança no dia da minha Ordenação:

“Senhor, fazei de mim um sacerdote que saiba servir e estar a serviço;
fazei de mim um sacerdote humilde, simples e homem de Deus;

fazei de mim um sacerdote que perdoa e sabe dar o perdão;

fazei de mim um sacerdote que descubra a face de Cristo em todas as pessoas, como a encontrastes no Bom Samaritano, na Madalena e até em Judas;

fazei de mim um sacerdote do povo sem olhar: raça, cor, posição, classe; sacerdote capaz de ganhar o pão de cada dia com o suor de seu próprio rosto;
fazei de mim um sacerdote pobre, disponível, despretensioso, elo de harmonia e união entre os irmãos;
fazei de mim um sacerdote testemunha fiel de Vosso Evangelho para que outros me vendo Vos sigam;
fazei de mim um sacerdote, capaz de curar e tirar todos os males dos enfermos;
fazei de mim um sacerdote com Vossos gestos, com Vossas palavras, com Vosso amor sem limite. Amem!”

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+


Fonte: Ani Ledodi Vedodi Li

Comunidade Alpha e Ômega

Baseado em Atos 2,42-47, Deus nos deu a visão da Comunidade onde cristãos, irmãos e irmãs viveriam juntos, compartilhando um da vida do outro em comunhão diária, com alegria e muita satisfação, dividindo bens de valor incomensurável que é o nosso ser e não o fazer ou o possuir, não possuindo mais nada como propriedade exclusiva, sendo distribuído conforme as necessidades pessoais de cada um. E, todos juntos, buscando fazer a Vontade de Deus, com desejo de trazer o Seu reino na terra. E responder quem Ele de fato é e o que seja em nossas vidas.

A cada dia, a cada hora, somos chamados a nos posicionar a favor ou contra Jesus Cristo. Por meio de pedidos que nos façam, de desafios que enfrentamos ou problemas que exigem de nós uma decisão imediata, estamos testemunhando o quanto sua pessoa e sua mensagem representam em nossa vida. é Ele próprio quem, de certa maneira, continua nos dirigindo a mais inquietante das perguntas: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15).

Antes de tê-la feito pela primeira vez, Jesus promoveu uma pesquisa informal junto aos apóstolos. Perguntou-lhes: “No dizer do povo, quem é o Filho do homem?” A interrogação era tão despretensiosa que eles se sentiram animados a contar-lhe o que tinham ouvido de seus amigos e conhecidos: “Uns dizem que é João Batista; outros Elias; outros Jeremias ou um dos profetas”.


Calaram-se quando o Mestre lhes perguntou diretamente: “E vós, quem dizeis que eu sou?”

Perceberam que lhe responder era posicionar-se, pois acabariam revelando-lhes os próprios projetos de vida, os valores que agitavam seus corações de pescadores e o centro de interesses que prendiam sua atenção.
Quem cortou o silêncio do ambiente foi Pedro. Sua resposta foi tão brilhante que recebeu até um elogio de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”

Esta pergunta ecoou dentro do nosso coração: “Quem dizeis que eu sou?”
Inquietou-nos. Éramos no início um pequeno grupo que fomos questionados por Jesus!


Tínhamos que dar uma resposta! Como os apóstolos, também sabíamos que tínhamos que nos posicionar e revelar-lhe os nossos projetos de vida, os nossos valores e já sabíamos que isto implicaria também deixar “nossas redes” que nos prendiam, os nossos interesses...


Mas Ele insistiu em sua interrogação: “Quem dizeis que eu sou?”


E já nos foi dando a resposta e seduzindo nossos corações, mesmo em meio as nossas resistências, nossos medos e porque não, nossa covardia...

Sabíamos que responder seria comprometer-nos, mas também não responder causava em nós uma grande tristeza e uma profunda sensação de “Jovem rico”.


Quanto já tínhamos recebido!

E na sua afável e doce voz o questionamento: “Quem dizeis que eu sou?” Em outras palavras: “Em que a sua vida é diferente por minha causa?”


A fim de que nossa resposta fosse verdadeira, verificávamos, antes de tudo, em que estava preso nossos corações. Relembrávamos nossos atos e palavras, nossos pensamentos e projetos.

Dar respostas bonitas só para acalmar nossas consciências era muito pouco.
Era preciso perceber qual a influência que o Senhor realmente tinha em nossas decisões. Só seremos felizes quando estivermos convictos, e essa convicção se traduzir em gestos concretos de que Jesus Cristo é o único Salvador.


Ele não quer muita coisa. Ele quer tudo. Ou tudo, ou nada, “tudo ou tudo”.

Então ele nos falou em nossas consciências: “Eu sou o Alpha e o ômega, o começo e o fim” (Apoc. 21,6). “Eu sou o Alpha e o ômega, diz o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que vem, o Dominador” (Apoc. 1,8)... O único capaz de nos revelar Deus em condições de conduzir-nos aos seus braços; o único que tem palavras de vida eterna e pelo qual vale a pena perder a vida.

“E vós, quem dizeis que eu sou?” A pergunta de Jesus continua no ar.
A Comunidade tem como propósito trazer de volta a essência da igreja descrita em Atos, fazendo com que a Glória de Deus venha sobre nós de uma forma intensa como na igreja primitiva ou até mais. O propósito disso é que venham se cumprir muitas das palavras ditas pelo Senhor Jesus. Uma delas é a de que através dos filhos seriam operados muitos milagres, não somente curas e sim transformações de caráter e mudança de vida, algo que só na presença da Glória de Deus poderia acontecer.

A Comunidade também tem por objetivo que cada pessoa possa descobrir o que Deus tem preparado para elas e que venham usufruir das Suas bênçãos. Vivendo como uma verdadeira família e principalmente filhos semelhantes a Jesus, que buscam sempre ver, ouvir e estar prontos para obedecer ao Pai.

Pai estamos aqui, que venha o Teu Reino, e seja feita a Tua Vontade entre nós!!!

A Comunidade pAra mim...é um descortinar daquilo que Deus Pai espera em um relacionamento com seus filhos, onde o primordial é o nosso relacionamento com Ele, nosso relacionamento com nossos irmãos.

Tem sido algo excepcional, um viver Atos 2,42-47 em pleno século XXI, onde estamos submetidos a uma mesma regra, a uma mesma vontade, a Vontade de Deus, nosso Pai. Enquanto muitos têm lutado pela independência, nossa busca maior é sermos totalmente dependentes de Deus e interdependentes uns dos outros.

Mas para vivermos realmente em uma comum união, é necessária uma dose diária de renúncia, o que resulta em um aprendizado e um crescimento extraordinário, acima de tudo um relacionamento mais profundo com o nosso Deus Príncipio e Fim de nossas vidas, de onde tudo vem e para onde tudo converge.

Sou grato aos meus filhos que tem feito parte comigo dessa importante fase da minha história de Salvação, os quais ajudaram muito no meu crescimento, e também, aos meus primeiros e ao Conselho e principalmente a nossa co-Fundadora Maria Rita, pela docilidade de seu coração, grandes exemplos pra mim, que têm sido grandes referenciais em minha vida, que tem me amado e demonstrado isso não só em palavras mais acima de tudo em atitudes.

Sou grato a Deus pela oportunidade de fazer parte dessa Comunidade, obtendo assim um crescimento ainda maior, uma mudança constante na minha natureza onde nada é meu, mas tudo é de todos. Somos unidos, comungamos do mesmo “pão espiritual” e caminhamos com o mesmo propósito. Pude viver um pouco do Livro de Atos, “...onde todos estavam juntos e tinham tudo em comum..., na comunhão no partir do pão e nas orações.”.


Buscando pela presença do Amado de nossas Almas, onde: “Amado com Amada, amada já no Amado transformada, tanto quanto possível nesta vida.

Deus é mesmo surpreendente, foram muitos investimentos e em tão pouco tempo. Dentro da Comunidade me conheci no mais profundo; onde muitos tem medo de chegar. Foram muitos erros e muitos acertos nestes anos, mas além de tudo um amor extraordinário que Deus fez questão de mostrar para nós e com isso fui me posicionando, para sempre agradá-lo e amá-lo em atitudes e não mais em palavras.

Comunidade é sem dúvida renúncia de tudo.

Talvez tenha sido a decisão mais correta que eu tenha feito em minha vida, mesmo porque, eu tenho a certeza de que é o Senhor que me trouxe pra ser moldado em áreas que até mesmo eu, desconhecia que precisava ser trabalhado.

Pra ser o mais resumido possível, e pra ser mais claro, entre essas áreas estão as dependências do Pai no aspecto cotidiano e nas coisas mais importantes da vida de um ser humano que precisam ser resolvidas. Quero dizer deixar que Deus tome a decisão por nós, talvez seja uma área muito difícil, mas muito importante e depois que se aprende, descobrimos o quão prazerosa é. Outro aspecto necessário é o relacionamento entre nós que moramos juntos e isso acaba influenciando nos relacionamentos externos também. Não posso me esquecer que esperar o tempo do Pai pra que as coisas aconteçam também é um tratar, mas hoje, depois de tudo que tenho aprendido e vivido através das experiências que Deus tem me permitido passar, tenho certeza de que a cada dia, me aproximo do tipo de pessoa que Ele quer que eu seja e, sobretudo, me tornar um adorador com minha própria vida e representá-lo bem e da maneira digna como Ele merece.

Enfim, estou aprendendo a ser filho da maneira como Ele espera que sejamos e que nunca soubemos ser, mas que hoje, através de exemplos como Maria Rita, Ana Capareli, Antonio e tantos outros... Louvo a Deus por esse tempo, pela vida dos meus e que o Senhor os abençoe grandemente. Amém!

Pe. Emílio Carlos Mancini
Fundador e Moderador Geral Comunidade Alpha e ômega


Fonte: Comunidade Alpha e Ômega



Sacerdócio

Jesus, na última ceia, ao transformar o pão e o vinho em seu corpo e sangue, realizou um milagre maior do que a criação do mundo, e o sacerdote, somente ele é capaz de repeti-lo a cada santa missa.
Quando se pensa que o mundo morreria da pior fome se chegasse a lhe faltar esse pouquinho de pão e esse pouquinho de vinho.

Portanto, podemos dizer que um sacerdote é mais necessário que um presidente, mais que um militar, mais que um banqueiro, mais do que um médico e mais que um professor, porque ele pode substituir a todos e ninguém pode substituí-lo...

Quando celebra no altar tem mais dignidade que um Rei; que ele não é apenas um símbolo, nem sequer um embaixador de Cristo, mas é o próprio Cristo quem está ali, repetindo o maior milagre de Deus...

Quando se pensa nisso tudo, compreende-se, o quanto se deve amar os sacerdotes, respeitá-los, fomentar as vocações, custear os estudos dos seminaristas e manter os seminaristas.

Porque este homem, o sacerdote, durante a hora em que celebra, é muito mais importante que todas as celebridades da terra juntas e que todos os santos do céu, pois é Cristo mesmo, sacrificando seu corpo e seu sangue, para alimentar o mundo, as almas!

Ame, pois o seu sacerdote!


Reze por ele!


Tua oração fará dele o santo que a igreja precisa!

Recebi a graça deste sacramento da Ordem em 20 de Dezembro de 1997, já passei por diversas crises, mas posso lhes dizer que a minha única riqueza é saber que Deus escolheu este nada, este grãozinho de areia para usar como instrumento de seu amor pelas almas, para poder abençoar pelas minhas mãos, absolver pelos meus lábios e para transubstanciar-se pelas minhas palavras e amar pelo meu coração. Isso é tudo em meu nada. Que mais posso querer mais.

Trago como rehma para minha vida sacerdotal: Quero ser o padre que Deus quer e que o povo necessita. “A exemplo do Fiat jubiloso e responsável de Maria,proclamar em toda parte, sem demora Jesus.”

Antes de ser Sacerdote sou cristão!


E Ser cristão é ser para os outros...

“Há algo mais irrisório do que um cristão que não se preocupa com os outros? Não tomes como pretexto a tua pobreza: a viúva que pôs duas pequenas moedas na arca do tesouro (Mc 12, 42) levantar-se-ia contra ti; Pedro também, ele que dizia ao coxo: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3, 6) e Paulo, tão pobre, que tinha muitas vezes fome. Não uses a tua condição social, pois os apóstolos também eram humildes e de baixa condição. Não invoques a tua ignorância, porque eles eram homens iletrados. Mesmo se tu eras escravo ou fugitivo, tu podias sempre fazer o que dependia de ti. Assim era Onésimo que Paulo elogiou. Serás tu de saúde frágil? Timóteo também o era. Sim, seja o que for que sejamos, não importa quem pode ser útil ao seu próximo, se quer verdadeiramente fazer o que pode.

Vês quantas árvores da floresta são vigorosas, belas, esbeltas? E contudo, nos jardins, preferimos árvores de fruto ou oliveiras cobertas de frutos. Belas árvores estéreis, assim são os homens que apenas consideram o seu próprio interesse...

Se o fermento não levedasse a massa, não seria um verdadeiro fermento. Se um perfume não perfumasse os que estão perto, poderíamos chamá-lo de perfume?

Não digas, pois, que é impossível teres uma boa influência sobre os outros, porque se és verdadeiramente cristão, é impossível que não se passe nada; isso faz parte da essência própria do cristão... Será tão contraditório dizer que um cristão não pode ser útil ao seu próximo como negar ao sol a possibilidade de iluminar e aquecer (S. João Crisóstomo).

Assim como pode um Sacerdote negar sua essência de ser Outro Cristo para seus irmãos?

Como Sacerdote vivo a Solidão do Cristo. A pessoa é a última solidão do ser: Não precisa de muito trabalho para compreendermos que em nosso interior, armazenamos algo que nos faz diferentes de todos e entretanto, nos faz idênticos a nós mesmo. Somos diferentes e ao mesmo tempo somos idênticos. Eu sou diferente eu sou Padre 24 horas do meu Dia.

Minha vida é ser Padre. Amo o meu Sacerdócio, sou feliz, e sou grato ao bom Deus que me escolheu dentre tantos para me fazer único.


Fonte: Comunidade Alpha e Ômega

Biografia

Nasci em Matão, no primeiro dia de abril, de 1961, dia da mentira, mas sou uma grande verdade do Amor de Deus. Meus pais: Quintílio Mancini e Maria José Granato Mancini, pobres, me ensinaram a viver do necessário e sempre a partilhar. Com minha irmã Leila Regina, fomos criados para viver o momento presente com intensidade. Saber que somos todos iguais nada nos difere, somos todos pecadores.

Aos 13 anos, já comecei a trabalhar para ajudar nas despesas familiares. No seio de uma família católica após minha 1ª Eucaristia, depois de também ser coroinha do Cônego Amador Romão, comecei a ser catequista em nossa comunidade Santa Cruz em Matão.

Aos 17 anos, fiz uma experiência de oração nos dias 01,02 e 03 de outubro de 1979 e aí firmei minha vocação ao sacerdócio após meus encontros vocacionais com grandes crises existenciais sobre a que Deus me chamava.


Em 10 de fevereiro de 1980 fui para São Paulo, ingressando no Instituto Secular de Schoenstatt, ficando um ano em Jaraguá, onde no Santuário da Mãe Rainha aprendi a amar e ter um respeito maior pela vida de Nossa Senhora, poderia dizer que foi um ano em Schoenstatt um caminho para um homem novo, uma ponte para o viver sacerdotal.

Em 15 de fevereiro de 1981, fui para a Congregação dos Padres Doutrinários, concluindo aí o meu curso de filosofia (2 anos), um ano de noviciado e quatro de teologia na faculdade N. Senhora da Assunção, e Itesp (Instituto Teológico de São Paulo), ambos no Ipiranga.

Ao ser despertada minha vocação e meu chamado sacerdotal pelo exemplo e testemunho de dois padres em nossa cidade, Mons. Nelson Romão e Pe. Amador Romão, sempre desejava como seminarista, baseado nestes testemunhos, viver para o altar, com respeito e dedicação, olhando para o povo como ovelhas sem pastor. Com doze anos vivendo na Congregação dos Padres Doutrinários, senti Deus interpelar-me que o que estava fazendo era muito pouco diante de um vasto e eterno chamado para cuidar de almas, veio a crise diante de alguns desencontros na Congregação. Falei com meu Provincial Pe. José Seminati, se caso deixasse a Congregação, somente buscaria minha Diocese de origem (São Carlos). Vieram os convites: ir para Roma para curso de Espiritualidade e outros...

Busquei a Deus na oração e obtive esta palavra que norteou minha tomada de decisão: Is. 58,11-12: "O Senhor te guiará constantemente. Alimentar-te-á no árido deserto, renovará teu vigor. Serás como um jardim bem irrigado. Como uma fonte de águas inesgotáveis. Reerguerás as ruínas antigas. Reedificarás sobre os alicerces seculares, chamar-te-ão reparador de brechas, o restaurador das moradias em ruínas..." dia 19 de dezembro de 1989; e ainda Apoc. 21,5-6.

Procurei na época Dom Constantino Amestalden, que abriu seus braços, mas como bom pastor e sábio, pediu-me que voltasse para a Congregação e rezasse mais. No dia 08 de janeiro de 1990, em oração, uma pessoa que rezando por mim, a Sra. Madalena Marchesan, sem saber muito das coisas me deu o texto de Ez. 17,22.24, realmente o Senhor tinha seus propósitos.

E após contato com D. Constantino, tomo posse da Paróquia N. Senhora do Perpétuo Socorro em 19 de março de 1990, como o primeiro pároco em Matão. Deus tinha os seus planos e seus desígnios insondáveis, hoje entendo Ez. 17,22.24: "Pegarei eu mesmo da copa do grande cedro, dos cimos de seus galhos, cortarei um ramo, e Eu próprio plantarei no alto da montanha. Eu o plantarei na alta montanha de Israel. Ele estenderá seus galhos e dará fruto; tornar-se-á um cedro magnífico, onde aninharão aves de toda espécie, instalados à sombra de sua ramagem..." e "o reedificarás sobre os alicerces seculares..." de Isaías.


Fonte: Comunidade Alpha e Ômega

Pe. Emílio - Missa de ação de graças


Homilia de Despedida e Nova Missão

Caríssimos filhos e filhas, meus amados paroquianos.

Em nossa vida nós precisamos aprender diariamente dar liberdade ao Pai que é Bom e bom é tudo o que Ele faz.

Diante das surpresas que transtornam nossos planos, derrubam nossos sonhos dão rumo totalmente diverso aos nossos dias e quem sabe as nossas vidas, nada é acaso, tudo é visto pelo seu amor benevolente para que Ele mesmo conduza a trama dos nossos dias, assim necessitamos de responder a Sua Divina Vontade enxergando através dos acontecimentos, de sua Palavra e a voz dos nossos superiores sua Vontade Divina.

Por vezes achamos que chegamos ao fim. Que já caminhamos, vivemos e passamos por tudo nessa vida.

Expressamos em atos e pensamentos o que vai lá no fundo da nossa alma e que agora nos resta o silêncio.

Cessando as palavras e adormecendo no travesseiro o nosso próprio inquieto coração. Estou de partida, acolhendo a Vontade de Deus para ajudar na Diocese de São Carlos como Reitor no Seminário Menor e Propedêutico Cura d’Ars em Araraquara, chamado este feito pelo nosso Bispo e que respondi de forma livre sem nem uma imposição da parte de nosso bispo, mas em uma conversa amigável .

E eu me pergunto. E agora?!

O primeiro questionamento que me faço é reavaliando estes 21 anos de serviço na Comunidade Cristã de Matão e em nossa Paróquia 15 anos, o que fiz para maior glória de Deus e para a salvação das almas a mim confiadas?

Sei também que haverá momentos em que estarão na balança alguns instantes e situações em que insistirão em machucar a minha mente do que posso ter deixado de fazer, embora de antemão eu não queira deixar que eles inundem o espaço fecundo com que pretendo ocupar o mundo da minha imaginação.

Não deixarei que o raio do pessimismo assuma e destrua a condução de minha vida. Até porque será tolice ocupar-se do que não deu certo.

Talvez não fui o Padre que esperavam que eu fosse e nem dei respostas que desejavam, mas busquei não me omitir e responder segundo o que pensava ser o justo e o correto.

Como pastor e diretor espiritual desta comunidade busquei sempre preservar e indicar o caminho da fé a todos aqueles que necessitavam, quis conduzir a Paróquia pelo condão de guiá-los nos valores elementares da fé cristã.

E quais lembranças estarão na sacola rumo ao resto de meus dias? O bem que todos vocês me fizeram, o que crescemos juntos na fé, no amor, no Evangelho, buscando implantar o Reino de Deus.

Deixarei de lado, os ressentimentos, as tristezas e amarguras vividas pelo percurso da vida. Passarei uma borracha nelas, isso não se faz por que não se esquece, mas carregarei apenas as nossas vitórias juntos!

O tempo dirá! Estou esperançoso! Sempre pautei minha vida pelo desejo de ser um pobre anunciador do Evangelho que é Amor em atos.

Há sempre um lado bom que advêm das tempestades, das chuvas, das trovoadas. É só procurar o abrigo de alguma cabana, algum riso preso querendo ser solto voando ao vento. Ah! E foram tantos os instantes bons. Os amigos conquistados. As alegrias das conquistas juntos, as celebrações realizadas com carinho e que tanto me encantam é como esta comunidade celebra, respondendo, cantando rezando com fé.

A colaboração de cada paroquiano em nossas pastorais e nos eventos.



Hoje estamos vendo muitos cristãos empolgados com a teologia da prosperidade e não querem perder nada, por isso de nada abrem mão.

Sei que é difícil entender minha partida, mas a vejo como uma necessidade de mostrar que não somos donos de nada e nem da nossa própria vida, para mim com certeza está sendo uma morte, mas se o grão não cai na terra e morre ele não frutificará.

Muitas pessoas estão correndo atrás da bênção e não buscando ser bênção. Buscam com avidez as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos. A maior de todas as bênçãos não são os benefícios do Senhor, mas o próprio Senhor.

Nada pode substituir Deus em nossa vida. Devemos ansiá-lo avidamente. Então, quando todos os poros da nossa alma estiverem clamando pelas torrentes do Espírito; quando a sede de Deus for tão forte em nós, que a maior e a mais urgente necessidade do nosso ser for o próprio Deus, então tudo se tornará relativo, não que não amemos os que estão do nosso lado, eu os amei, amo e amarei, e não poderei esquecê-los, pois quando se ama em Deus ninguém é esquecido em nosso coração e nossa vida.

Segundo questionamento que me faço: Por que eu nesta missão de Reitor, formador e educador? Com sinceridade disse ao Srº bispo que não me sinto qualificado!

Em primeiro momento surgiu o medo e a insegurança, então fui diante de Jesus no sacrário em oração, brotou no fundo de minha alma um clamor que antes não conhecera jamais - Aba, Pai!

Nada pude fazer, senão chamar a Deus, meu pai.

No que então obtive dois grandes sentimentos e palavras em meu coração: “Deus trata pessoalmente de você. Chama você para fora - Ele quer que você saia do marasmo, da escuridão das cavernas. Quer mostrar o poder que Ele tem. Ele tem poder de realizar mudanças abalar as estruturas, queimar e purificar tudo e, mesmo assim no seu caso, Ele quer agir com brandura com voz serena. Pois o coração do homem é como a torrente nas mãos do Senhor Ele a leva para onde quiser.” Abrindo a Palavra de Deus topei com o texto do profeta Elias que diante do vento – terremoto – fogo - uma brisa leve o tocou e a voz de Deus se fez ouvir. (I Reis 19).

Esta gloriosa experiência durou cerca de uma hora; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e chorando em voz alta. Senti uma ardência na alma, um anseio por ser esvaziado e aniquilado; jazer no pó e encher-me unicamente de Cristo; amá-lo com um amor santo e puro; confiar nele; viver dele; servi-lo e segui-lo; e ser perfeitamente santificado.

Pois não sou melhor que ninguém e a nenhum dos meus irmãos no sacerdócio, mas ardeu meu coração e como que algo impeliu-me a perceber que necessitamos ter consciência de que a igreja está passando por crise. Ela está desolada (Is 62,4). Está como Siceleg, ferida e saqueada pelo inimigo e Davi afligiu-se em extremo como vemos em 1 Sm 30,1-6. A igreja parece, hoje, com Sansão - um gigante que ficou sem visão e sem forças — e está dando voltas sem sair do lugar (Jz 16,20,21).

Há fome e inquietação no próprio celeiro de Deus. Há uma seca avassaladora. As ovelhas já não sabem mais o que são pastos verdes. Estão comendo palha e alimentos secos. O inimigo tem cirandado no meio da assembléia dos santos. Escândalos escabrosos afloram com muita freqüência no meio do povo de Deus. Há pecados ocultos e coisas horrendas sendo feitas e praticadas por pessoas que empunham o estandarte do Senhor (Ez 8.3-13). Há falta de amor, de comunhão e de simplicidade no meio do povo de Deus.

A igreja está em crise na doutrina, na ética e na evangelização. Doutrinas de homens têm entrado nas igrejas.

O relativismo ético tem sido característica de muitos cristãos. A igreja está sem autoridade e sem entusiasmo para evangelizar. Por isso está murchando, diminuindo em muitos lugares.

O Deus da obra é mais importante que a obra de Deus.

Não querem se comprometer, não querem se envolver.

Deus não tem sido o centro das atenções e das aspirações do seu povo. Cada um corre atrás de seus próprios interesses.

Os cristãos hoje são muito superficiais.

Não levam Deus a sério. Falam com frivolidade. Prometem o que não desejam cumprir.

Honram a Deus só de lábios, negam-no com sua vida e não se voltam para ele de todo o coração.

Deus não tolera uma religiosidade assim. Ele não aceita coração dividido. Somos ou não somos totalmente dele.

O povo de Deus anda com os olhos enxutos demais. Muitas vezes desperdiçamos nossas lágrimas, chorando por motivos fúteis demais. Outras vezes, queremos anular as emoções da nossa experiência cristã. Achamos que o choro não tem lugar em nossa vida. É por isso que estamos tão secos.

Se compreendermos o estado da igreja e a nossa própria situação e não chorarmos é porque já estamos endurecidos. A crise não deve nos empurrar para longe de Deus, mas para os seus braços.

A frieza da igreja e o endurecimento dos corações não devem ser motivos desanimadores, mas impulsionadores para O buscarmos.

Em Joel 2,17ª a profecia nos diz: "...chorem os sacerdotes, ministros do Senhor..." A liderança precisa estar à frente, na vanguarda daqueles que desejam um Despertar de um novo céu e uma nova terra; os líderes são os primeiros que precisam ter pressa para acertar sua vida com Deus. Os anciãos são os primeiros que devem colocar o rosto em terra (Js 7.6). A igreja é o retrato da liderança que tem. Ela nunca está à frente de seus líderes. Os líderes devem ser os primeiros a comparecer às reuniões de oração e às noites de vigílias, colocando-se na brecha da intercessão pelo povo.

A liderança precisa ser modelo para o rebanho (l Pe 5.1-4).

Logo o que esta acontecendo com o nosso Povo de Deus é também em grande parte culpa nossa dos sacerdotes. Os sacerdotes e os ministros são convocados a chorar e orar em favor do povo.

Nós pastores andamos secos demais, pregamos com os olhos enxutos demais, oramos pouco demais. Um dos maiores obstáculos para o uma Igreja Viva como nos disse Bento XVI tem sido nós os pastores.

Estamos tão acostumados com o sagrado que já não somos mais impactados pela Palavra de Deus. Estamos tão confiados no nosso intelectualismo que já não dependemos mais do Senhor.

Não sou o melhor torno a disser-vos. Com certeza o pior de todos. Mas se nós os pastores não formos homens de oração, nosso rebanho será digno de pena. Entretanto, quando o pastor se humilha diante de Deus e começa a buscá-lo a Igreja toda é contagiada. Quando ele vai para a casa do Senhor e ali chora, derramando lágrimas em favor da igreja, o Espírito começa a mover-se no meio do povo.

Quando olhamos para a história do povo de Israel, constatamos que, sempre que líderes piedosos estavam à frente, o povo andava com Deus.

Porém, quando os líderes se desviavam, o povo todo se afastava do Senhor.

Quando o ministro não leva Deus a sério, em vez de bênção, ele traz maldição para o rebanho (Profeta- Ml 2,2).

Quando o ministro se aparta do Senhor, o povo passa a ser destruído (Os 4,6-10). Quando o ministro deixa de andar com Deus, em vez de guia espiritual, ele passa a ser um laço e uma armadilha perigosa para o povo (Os 5,1-2).

É tempo de os pastores colocarem o rosto no pó e de os ministros se angustiarem por causa da sua sequidão e esterilidade.

Também é tempo de nós sacerdotes chorarmos pelo povo de Deus e clamarmos por socorro até que o Senhor restabeleça nossa sorte.

Li um pensamento que muito me chamou atenção: "As verdades que eu prego aos outros são as mesmas das quais me alimento."

A condição para sermos boca de Deus é arrependimento, intimidade com ele e luta de uma vida justa , honesta. Se essas qualificações não estiverem presentes em nossa vida, seremos como o sumo sacerdote Josué: estaremos ministrando a Palavra de Deus, mas desqualificados em nossa vida (Zc 3,1-3).

O grande drama da igreja hoje é que nós os sacerdotes falamos com erudição, mas não temos unção. Temos palavras pomposas e eloqüentes nos lábios, mas não temos óleo sobre a cabeça.

Discorremos sobre temas profundos, mas não somos boca de Deus. Na verdade, nós sacerdotes estamos frios; não ardemos mais, não temos o coração aquecido, com ardor, com consciência de nossa real missão.

Precisamos arder primeiro, se queremos ver a seara pegando fogo. Nós os sacerdote precisamos ser um graveto seco a pegar fogo. Depois que o fogo pega no graveto seco, até lenha verde começa a arder.

Sem Cristo, nada podemos fazer.

Nossos esforços, sem a ação de Deus, não produz fruto. Precisamos depender mais do Senhor se queremos mais eficácia em nosso trabalho e evangelização.


Nossas pregações tornam-se discursos vazios, que enchem os ouvintes de cansaço e tédio. Sem a unção do Espírito, os sermões são mortos; e sermões mortos matam. Pregações sem unção do Espírito endurecem o coração.

Nossos púlpitos hoje estão sem poder.

Nós sacerdotes estamos vazios de Deus. Nossos seminários estão mais preocupados em formar pensadores e filósofos do que homens que dependam do Senhor. É necessário que os pastores estejam aos pés do Senhor, com os ouvidos afinados para ouvirem a sua voz, e que conheçam a intimidade de Deus em oração.

Só assim nosso povo será conduzido aos pastos verdejantes.

Só assim as almas famintas vão se fartar.

Só assim nosso povo vai deixar as cisternas rotas e voltar-se para o Senhor, verdadeiro manancial de águas vivas.

Não basta ser um eco; é preciso ser uma voz. Não basta ser uma caixa de ressonância; é preciso ser trombeta de Deus.

Isso tudo me fez refletir em dar meu sim para ajudar os nossos futuros sacerdotes, então penso que estou agora pronto para perscrutar, para palmilhar, para desvendar o misterioso mundo do novo caminho, quero poder ajudar de forma fecunda na formação de novos sacerdotes para a nossa Mãe Igreja.

Creio que eu mesmo vou voltar ao Seminário – que significa lugar de novas sementes – sementeiras - pois a vocação do padre reitor como um verdadeiro pai dos seminaristas é saber lançar as sementes para formar-se e formar um homem novo.

Ser padre reitor não é fácil, é preciso muita coragem, muito joelhos no chão e oração! Isto peço ao bom Deus que me conceda.

Peço-vos que compreendais e aceiteis esta nomeação-transferência com a maturidade e a serenidade da fé, conscientes de que é o Senhor Jesus quem conduz a Igreja através de nossos bispos.

Não vos posso esconder a dor da separação. No meio de vós fiz-me próximo e íntimo às vossas alegrias e aos vossos sofrimentos, às vossas esperanças e fadigas. Amei-vos e amo-vos com amor de pai espiritual e de irmão em humanidade e na fé.

De vós recebi a abertura de coração, o acolhimento caloroso, a colaboração generosa, o conforto da vossa fé, da vossa amizade e da vossa bondade.

Se a separação de todos vós é o que mais me custa, sei que o Senhor ouvirá o pedido que lhe faço: que o meu coração se dilate e os novos irmãos entrem nele, de pleno direito, sem que saiam os que já lá estão.

É um milagre que só a Graça do Senhor sabe e pode fazer e realmente faz.

Procurei executar meu trabalho da melhor forma possível, sendo que muito ficou para Deus e outro tanto está ficando para o próximo pároco.

Quero aproveitar para ainda vos dizer: “Queridos: A vida é feita de portas que se abrem e que se fecham... Mas nem sempre as portas que se fecharam estarão trancadas para sempre... A vida tem a habilidade de nos trazer novas oportunidades e felicidades ainda maiores!” Kassandra Marr ( A Indefectível)

Gostaria de lhes pedir uma única coisa se assim posso fazer: Acolham o novo sacerdote e pastor desta comunidade e lhes dê em dobro o carinho, atenção, o amor que para mim dedicaram estes anos todos.

Sejam amigos, não o deixem sozinho como não me deixaram e colaborem para que o caminho pastoral e o ministério dele seja fecundo no meio de vocês.

Quero agradecer a todos pelo apoio, pela dedicação e a comunhão para o crescimento do Reino de Deus nesta Comunidade.

A obra perdurará, pois a confio nas mãos de Deus.


Na esperança, ainda por nascer, de que tenha válido a pena termos caminhado juntos por esse caminho e que olhando para trás sigamos em frente confiante que o destino ainda nos reserva boas surpresas.

Levarei a todos no meu coração e saudades, sim saudade que é um sentimento que não é mera lembrança, de quem esta longe , mas sim aproximação de quem sempre os tem no coração podem ter certeza disso.

Permaneçam fiéis!

Agradeço a todos por tudo o que me fizeram, por todo apoio e ajuda em crescimento ao meu sacerdócio e ao meu ministério no vosso meio, me fizeram crescer nestes 21 anos de convivência em Matão, devo a todos o sustento do meu sacerdócio e ministério.

Meu abraço carinhoso e fraternal em todos que dividiram comigo a mesma jornada.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+

p.s: mantendo o tom coloquial .