segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Ministério da Catequese ( II )

2. Desafios para o ministério do Catequista


“Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria” (R. Tagore).

Um dos maiores problemas enfrentados pela catequese hoje é a formação permanente.

Muitos não participam ativamente, inserindo-se na comunidade e em comunhão com a Igreja que conferiu o mandato de catequista. A conseqüência da falta de compromisso com a formação continuada será a educação de cristãos desvinculados da vida e da comunidade, para uma prática descompromissada e individualista.

Além da problemática da formação, encontramos diversas realidades que a catequese se depara:

· Crianças e jovens que encontraram na família um ambiente propício para a iniciação cristã e outras não.

· Catequizandos que foram iniciados aos sacramentos, mas não foram devidamente iniciados à vida comunitária.

· Diversidade quanto à realidade vivida pelos catequizandos.

· Famílias em situações irregulares diante das leis da Igreja.

· Pessoas cada vez mais sedentas de Deus e de um caminho de fé.

· Pluralidade de religiões e seitas numa sociedade cada vez mais global e excludente.

· Grande rotatividade de catequistas.

· Faltam catequistas preparados para o ministério na Igreja.

· Falta de um maior conhecimento bíblico e teológico.

É muito comum ouvir nas ruas que as pessoas não querem compromisso. Mas isto vira filme de terror, quando ouvimos da boca de um catequista: “se for pra exigir algo mais sério eu desisto de ser catequista!”. Se for um trabalho que exige tempo, disponibilidade e perseverança as pessoas e até os catequistas tentam dar um jeitinho para saírem de fininho. Não querem, não gostam, não se sentem autenticamente motivados.

Numa conversa bastante franca pode-se dizer que não é só a catequese que empenha sacrifício, capacidade para aprender e uma boa dose de motivação. Tudo na vida requer isso, inclusive o trabalho e o casamento. Será que as pessoas estão realmente conscientes disso? Muitos fazem suas opções sem terem consciência das conseqüências de suas escolhas.

A maioria das pessoas hoje quer optar por uma vida fácil, descomprometida e sem muita dor de cabeça. Será que a nossa fé cristã admite sustentar uma visão dessas? Ser cristão, não só de nome, implica em assumir pra valer o mesmo caminho de Jesus, um caminho que dá sentido à vida, que traz felicidade, mas que tem as suas renúncias, que requer doação, discernimento e coragem. Só quem ama verdadeiramente, está disposto a correr todos os riscos para oferecer maior qualidade de vida para os outros. Isto fez Jesus: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Quem não segue este mesmo caminho, trai a sua fé e engana a si próprio num caminho de aparências e desventuras.

Em meio aos desafios, as Diretrizes Gerais para a Catequese já apontam para a catequese como uma ação prioritária na Igreja: “a formação catequética é prioridade absoluta, e qualquer atividade pastoral que não conte para a sua realização, com pessoas realmente formadas e preparadas, coloca em risco a sua qualidade” (DGC 234).

O ministério do catequista não pode ser de modo algum uma atividade improvisada, espontânea e momentânea. Para responder aos desafios faz-se necessário elencar alguns critérios importantes para ser catequista na Igreja:

· Ser jovem (acima de 14 a 15 anos) ou adulto, que tenha recebido os sacramentos de iniciação cristã.

· Alguém que tenha passado por uma formação inicial para ser catequista.

· Uma pessoa bem integrada consigo mesma, equilibrada em sua afetividade e sexualidade.

· Seja uma pessoa aberta e disponível para viver a comunhão com os demais membros da comunidade que atuam em pastorais, movimentos e ministérios na Igreja.

· Tenha discernimento e boa conduta, habilidade para corrigir e humildade para servir.

· Saiba exercitar a paciência, por meio do respeito e da tolerância ao diferente.

· Seja uma pessoa alegre, com coração de discípulo para aprender e um místico para experimentar a presença de Deus pela oração.

· Seja membro ativo de sua comunidade, que participa e celebra a sua fé, testemunha a caridade e a esperança.

· Seja um pessoa de fácil convivência, de bom relacionamento e bonita amizade com os demais catequistas.

· Saiba acolher os catequizandos e conviver com a diferença, sem perder sua identidade de pessoa, cristão e ministro da Igreja.

· Esteja aberto e atento à formação permanente, para crescer cada dia a mais no discipulado missionário de Jesus.

· Tenha grande estima pela catequese, deixando transparecer sua paixão pela catequese no anúncio-testemunho da Palavra de Deus.


Pe.Emílio Carlos Mancini+



Pe.Emílio Carlos Mancini+

J

A

M

Tibi Semper Congitavi

EU SEMPRE PENSEI EM TI!

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