sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BILHETE DE EVANGELHO

Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros…
IVº Domingo do Advento

Aos homens perdidos, Deus oferece a sua presença. O Povo de Deus estava perdido, esperava o Messias prometido pelos Profetas e não O via chegar. Maria e José estavam perdidos, porque não havia lugar para eles. Os pastores estavam perdidos, eram excluídos em toda a parte. Os Magos estavam perdidos, não sabiam onde devia nascer o Messias. E eis que Deus oferece a sua presença: Ele é o Emanuel, Deus conosco! Depois do Natal, ninguém está totalmente perdido. A solidão total não existe mais. Deus está sempre presente. Mas é necessário que os seus mediadores manifestem esta presença. Se estamos perdidos, estendamos a mão para conseguirmos agarrar outra. Se encontrarmos um irmão perdido, estendamos a mão para que Natal seja verdadeiramente Natal para ele e ele saiba que Deus está bem presente entre os seus.

PALAVRA EXPLICADA 1: SONHOS.

As advertências transmitidas pelos sonhos são numerosas no relato da infância do Evangelho segundo São Mateus. Os beneficiários são os anjos (Mt 2,12), mas sobretudo José (Mt 1,20; 2,13.19.22), habitualmente representado “sonhador” nos ícones da Natividade. Numerosas personagens bíblicas foram advertidas durante a noite, em sonho: Jacob, pela visão da escada a ligar o céu (Gen 28,12), o profeta Natã, enviado em missão junto de Davi (2 Sam 7,4), o apóstolo Paulo, pela sua estadia na Macedônia (Act 16,9), etc. Através de mensagens invisíveis enviadas por Deus, como os anjos, a comunicação de noite, em sonhos e visões, era o meio privilegiado e ideal para transmitir as suas informações e as suas instruções. Na liturgia, numerosas tradições tiveram como origem tais visões pelo sonho. É o caso para o louvor celeste “Santo, Santo, Santo, o Senhor”, comunicado ao profeta Isaías (Is 6) e para todas as aclamações recebidas das visões do Apocalipse, como a de Ap 7,2.14.

PALAVRA EXPLICADA 2: POVO SANTO.

A segunda leitura deste domingo termina com estas palavras: “todos os amados por Deus e chamados a serem santos”. Daí o povo de Deus ser chamado “povo santo”. Este título, tão frequente nas orações eucarísticas incluindo os prefácios, vem da Bíblia. Na expressão “povo santo”, a santidade não se reduz a uma conduta virtuosa ou íntegra que a palavra “santo” sugere familiarmente. Esta santidade é a comunicação de Deus ao seu povo, desde a assembleia do Sinai: “Sereis santos para Mim, porque Eu sou santo” (Lev 20,26). Tal título e outros semelhantes como “nação santa”, dados às nossas comunidades, manifestam a continuidade da obra de Deus: o que Ele começou no Sinai realiza-o de domingo a domingo nas nossas liturgias.

ATENÇÃO ÀS CRIANÇAS: A MISSÃO DE JOSÉ.

Uma partilha de Evangelho pode ser útil hoje com as crianças, para lhes fazer transmitir qual é a bela missão de José. É possível que algumas crianças, vivendo numa família “recomposta”, admitam mais facilmente que outras que Jesus tenha podido ter um “verdadeiro papá” e um “outro papá”. O importante é que todos descubram que Jesus é “Deus” mas que teve necessidade como nós, para crescer, de um pai e de uma mãe. José envolveu Maria e José com toda a sua ternura. As crianças dirão a toda a assembleia o que José fez por Jesus: deu-lhe o seu nome (como hoje se “declara” um nascimento), trabalhou para o alimentar e o ajudar a crescer, protegeu Jesus. Poder-se-á terminar com uma breve oração a São José: “Obrigado, José, por teres tomado o cuidado de Jesus. Hoje, reza-Lhe por nós, para que Ele proteja todas as crianças”.


PALAVRA PARA O CAMINHO.

Sinais! Deus está sempre a dar-nos sinais, mas nós procuramos quase sempre do lado do extraordinário. Raramente Deus está no extraordinário. O sinal que Ele nos oferece é o de uma família humana, como as nossas, em que Ele se faz corpo para ser “Deus conosco”.
Que espaço Lhe abrimos nas nossas vidas de homens e de mulheres para que o Sinal da sua Presença e do seu Amor seja Visível para todos os que O procuram hoje? Só com o coração aberto a Deus poderemos acolher os irmãos… Só deixando que Deus seja Natal nas nossas vidas poderemos ser Natal para os outros…

Nem mais! Mãos à obra em mais uma semana que Deus nos concede, a semana do Natal!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

BILHETE DE EVANGELHO - 3º DOMINGO DO ADVENTO


3º DOMINGO DO ADVENTO

A PAZ, A ALEGRIA.

Este terceiro domingo do Advento é o domingo da alegria.


( Francisco )

O movimento internacional “Pax Christi” convida-nos a rezar pela paz em particular neste dia.

A paz e a alegria: duas grandes riquezas que queremos para o nosso mundo. Na preparação da liturgia, seria interessante procurar formas de dar um real conteúdo à nossa esperança, ver como estas palavras “paz” e “alegria” podem ressoar no coração de cada um: procurar propor gestos concretos que vão neste sentido para os habitantes do bairro ou da cidade; procurar que a nossa oração deste dia seja mais verdadeira e consequente na vida concreta.

E como convidar os cristãos a ser testemunhas da paz e da alegria de Cristo?

A festa de Natal, este ano, mudará alguma coisa à nossa volta?

É importante preparar a liturgia neste sentido para que a celebração continue nas situações de vida durante a semana…

Aos homens que reconhecem a sua fragilidade, Deus manifesta o seu poder.

Não é frequente reconhecermos os nossos desvios, os nossos erros, a nossa fragilidade, a nossa vulnerabilidade.

Porém, isso seria reconhecer simplesmente a nossa humanidade… Os pais não se desonram ao reconhecer diante dos seus filhos que se enganaram.

A Igreja não se rebaixa ao reconhecer os seus erros do passado; ao contrário, eleva-se.

Os cristãos não se entristecem ao reconhecer o seu pecado; ao contrário, dão a Deus a alegria de os perdoar.

Deixemos Deus manifestar o seu poder, concedendo-nos o seu perdão!

Basta que nos reconheçamos frágeis. E então a nossa fragilidade mudar-se-á em força. De frágeis tornar-nos-emos fortes, fortes de ser amados.

PALAVRA EXPLICADA 1: SALMO E ALELUIA.

Na liturgia da Palavra, Deus está em diálogo com o seu Povo, pela alternância entre leituras bíblicas e cântico dos salmos. No domingo, na organização em três leituras, a primeira leitura é um extrato do Antigo Testamento ou, no tempo pascal, dos Atos dos Apóstolos. Esta proclamação revela à assembleia ações que Deus cumpriu no passado, ou propõe uma meditação sobre a solicitude de Deus a seu respeito.

Esta escuta suscita sentimentos de ação de graças que a assembleia exprime pelo cântico do Salmo, respondendo à Palavra de Deus através de outras palavras da Bíblia: é verdadeiramente um diálogo no Espírito Santo, que proclamamos que falou pelos Profetas.

A segunda leitura é extraída dos escritos apostólicos. É seguida da aclamação ao Evangelho, seja um Aleluia com o seu versículo, seja, durante a Quaresma, um versículo com uma outra aclamação.

Quando a liturgia da Palavra comporta apenas uma leitura antes do Evangelho, o Salmo e a aclamação do Evangelho seguem-se imediatamente.

PALAVRA EXPLICADA 2: REFRÃO SÂLMICO.

Para o Salmo que responde à primeira leitura, o lecionário propõe um refrão, também chamado antífona, e alguns versículos. Esta fórmula permite a toda a assembleia participar neste momento importante, que é resposta à Palavra de Deus.

Os refrões são frases curtas, extraídas do próprio Salmo ou de um outro texto, como o da noite de Natal: “Hoje, um Salvador nasceu, é Cristo, o Senhor”.

Para favorecer a participação de toda a assembleia, o coro ou um solista canta primeiro o refrão, para o fazer ouvir à assembleia, e esta retoma-o de seguida.

Em seguida, o solista, ou o coro, canta os versículos do Salmo. No fim ou nos intervalos dos versículos, retoma-se o refrão.

A sua brevidade permite que a assembleia o guarde mais facilmente na memória, não somente para a participação na celebração, mas para que possa ser retomado por cada um na oração familiar e pessoal.

PALAVRA PARA O CAMINHO.

Paciência! Uma palavra em total sentido contrário aos nossos comportamentos: exigimos tudo, imediatamente!

Dois milênios em que esperamos a vinda do Senhor!

Ainda não veio! Mas já está! Renovemos, reajustemos o nosso olhar de fé e redescubramo-l’O bem presente, e em ação, em lugares em que tantas vezes não esperávamos encontrá-l’O!

Sempre em atitude de alegria e de esperança!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

II Domingo do Advento

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A conversão, nota predominante da predica de João Batista.

Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus?

Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado.

Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo.

Durante esta semana poderíamos buscar nas diferentes igrejas mais próximas, os horários de confissões disponíveis, para quando chegar o Natal, estejamos bem preparados interiormente, unindo-nos a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.

JOÃO BATISTA, PROFETA-PERCURSOR.

João Batista é, em cada ano, uma grande figura deste tempo do Advento.

Falamos bastante dele, mas será que o conhecemos bem?

Na preparação da liturgia, pode-se comunicar melhor como João Batista tem um verdadeiro lugar de charneira entre o Antigo e o Novo Testamento.

Pode ser uma maneira de sublinhar nas celebrações destes domingos a iminência da vinda de Cristo, a iminência do Reino.

As admonições e algumas intenções da oração dos fiéis podem ser redigidas nesse sentido.

Ou ainda, porque não viver de perto esta celebração com João Baptista?

Ele pode ser mencionado no início do rito penitencial, no início do credo, no início do “Cordeiro de Deus” (foi João Batista que assim designou Jesus).

Nós Te damos graças por João Batista, o precursor, pelos apelos à conversão e pelo batismo no Espírito, que nos incorporou no teu Filho.

Abrimos as mãos para Ti e pedimos-Te ainda por nós mesmos: pelo teu Espírito, produz nos nossos corações os frutos que esperas.

com minha benção
Pe.Emílio Carlos+