Moisés, o inesquecível legislador dos judeus, ao escrever o Salmo 90 deixou registradas estas palavras, verdadeiro monumento e objeto de amadurecida reflexão: “A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos”. O testemunho de meus pais e uma certidão de nascimento informam que eu vim a este mundo no dia 01 de abril de 1.961. Hoje, portanto, tenho muito a agradecer ao Pai Celestial por me haver permitido atingir um dos patamares estabelecidos nas Escrituras para a duração da vida humana. Por um lado, parece que vivi muito mais, tal a gama de atividades de todos esses anos. Por outro, parece que foi muito menos, visto haver feito tão pouco para o Reino. Desejo consignar meu agradecimento a Deus pelo dom primeiro, a própria vida, sem o qual os demais carecem de significação.
Agradeço-lhe por me haver permitido nascer em um lar cristão e ter tido o melhor dos pais, a mais desejável das mães.
Ela ultrapassou barreira do texto acima e tem, agora, um crédito bem maior de experiência de vida e muito me ensinou o sentido da mesma com honestidade, respeito e com muita dignidade.
Agradeço-Lhe porque, no segundo dia me fez voltar da morte, quando já me davam como morto e fui na pia batismal levado e na mesma hora minha mãe me consagrava a Nossa Senhora . Portanto, minha vida é um milagre.
Agradeço-Lhe pelo irmãozinho ou irmãzinha que partiu cedo, muito cedo, e que espero encontrar na Glória, quando o meu dia também chegar.
Agradeço pela irmã que tenho.
Agradeço-lhe por me haver permitido anunciar o Evangelho Poderoso desde os dez anos como catequista após minha primeira comunhão.
Registro minha gratidão ao Onipotente pelos Seus filhos que me deram amizade, apoio, orientação, oportunidade e exemplo, foram tantos e tantos neste meio século.
Graças te dou, Senhor, pelas oportunidades de haver trabalhado, desde muito cedo. Experiências necessárias para os anos que seguiram.
Agradeço a Deus por me haver dado a Igreja como esposa nestes 23 anos de sacerdócio, custosos , sofridos , mas bem vivido, numa vocação certa e bem alicerçada. Companheira de todos os momentos, intercessora exemplar, um bonito exemplo de fé, renuncia e companheirismo.
Ao chegar aos 50, agradeço pelos 23 de Ministério: primeiramente sacerdotal, e hoje também ainda que de forma cheia de limites Fundador de uma comunidade que não pedi para ser e nem mesmo o queria, mas tudo é graça e neste momento reitor do Seminário Diocesano Menor e Propedêutico ajudando a alimentar vocações.
Louvo-te, precioso Senhor, pelas almas que me deixaste ganhar para TI durante esse tempo.
Sou muito grato a Deus pelas Igrejas às quais servi, a princípio como catequista,líder de jovens e , depois como seminarista e finalmente meu sacerdócio.
Agradeço-te pelos tantos seminários de vida, evangelizações, retiros, cenáculos, dias de espiritualidade, formações e pelas dezenas de missões aqui, ali e além.
Graças Te dou, Senhor, pela singular oportunidade de haver anunciado Teu Grande Nome na Assembléia dos santos.
Louvo-te por haveres me apontado para ministrar Tua rica Palavra para centenas de milhares de pessoas.
Rendo-Te graças pelos que levantaste como intercessores para que minhas frágeis mãos não perdessem a força.
Graças te dou por milhares de conhecidos, e também por alguns amigos, no quilate dos que mandaste Salomão definir: mais chegado que um irmão.
Não são muitos, são o suficiente para me deixarem feliz.
Graças te dou pelos meus filhos espirituais ainda que tenha sido um pai tão deficiente e cheio de limitações, todos especiais para mim, todos mui queridos Teus bem o sei.
Esses filhos me motivam, me inspiram, me estimulam e me entusiasmam agora 16 novos seminaristas.
Graças a Ti, também, por meu cunhado, meu sobrinho. Pai rendo-Te graças por me haveres permitido escrever 4 livros. Nem um só haveria escrito, sem Ti.
A vida passa rapidamente, disse Teu servo Moisés.
Quantos ainda venham a ser os anos que me restam, eu de Ti os receberei e a Ti os oferecerei, para que sejam vividos a ponto de neles ter algum prazer.
Pai, este meio século escondem, também, uma vida de fragilidades e fraquezas, com muitos erros e grandes desacertos. Eu os deixo ao pé da Cruz, de onde brota o milagre do perdão e a esperança de contínua renovação.
A Ti seja a glória por todas as portas que me abriste ao longo destes anos. Que eu entre por todas as que ainda me abrirás, até que finalmente me abras a de Tua Própria Casa, a eterna mansão daqueles que por aqui passaram e experimentaram que A VIDA PASSA RAPIDAMENTE. MAS TU PERMANECES PARA SEMPRE.
Bendito sejais Senhor nosso Deus e Pai!
Eu vos amo e rendo-te graças.
Pe.Emílio Carlos Mancini +